O jarro da felicidade
“Be happy. Not because everything is good, but because you can see the good in everything.”
Eu não sei de quem é a citação que reproduzi acima. Porém, ela tem tudo a ver com uma conversa que estava tendo com um amigo esta semana no trabalho, sobre como nós, seres humanos, somos capazes de nos concentrar muito mais nos momentos ruins da nossa vida cotidiana do que nos momentos bons. Seja quando o pneu do nosso carro fura, quando a gente queima a pipoca antes de assistir a um filme, quando uma reunião não vai tão bem quanto a gente esperava ou até quando a gente se sente menos do que poderia ser.
A gente começou a refletir que deveríamos ser mais capazes de focar naquilo que nos realiza, que nos deixa felizes, embora isso possa em princípio ser difícil.
Mais tarde, nesta mesma semana, estávamos em uma apresentação de final de ano, onde listamos todas as nossas conquistas. Não apenas meu amigo da conversa anterior e eu, mas toda a equipe. Entre as diversas pessoas que falaram neste outro dia, um outro amigo começou coincidentemente a nos falar sobre os aspectos positivos, sobre como eles precisam ser lembrados. No meio de cada batalha diária, sempre há momentos bons. Foi quando ele disse que conhecia um conceito que, dada sua simplicidade, poderia até ser considerado bobo por alguns.
A gente deve criar o hábito de ter um jarro da felicidade.
O jarro da felicidade, segundo ele nos explicou, me pareceu uma das maneiras mais simples de melhorar nosso humor e nos fazer refletir sobre como devemos ser mais gratos em relação ao que temos, ao invés de ficar trazendo à tona os momentos ruins. E é tudo muito simples: você pega um jarro — que pode ser um jarro de vidro, de plástico, pode ser uma caixa de lenços de papel ou qualquer outra coisa, de fato, pois é apenas um meio — e começa, diariamente, a escrever, em pedaços de papel, tudo aquilo de bom que tenha acontecido com você e também aquilo pelo que você deve agradecer.
Comi meu prato favorito no almoço, tive uma conversa muito boa com um amigo que não vejo há meses, aprendi uma coisa nova, ou fui elogiado por uma apresentação, são todas coisas que me vêm à mente agora, enquanto escrevo este texto, e que poderiam facilmente fazer parte do meu jarro da felicidade. Pode ser qualquer coisa, de fato, que, ao ser relida, te traga um pouco mais de ânimo, de felicidade… que te provoque um sorriso no rosto. E é simples assim. E por ser tão simples, você deveria começar a praticar, exatamente como eu vou fazer.
Para finalizar, eu agora percebo que sabia duas coisas sobre o jarro da felicidade das quais não me dava conta antes.
Primeiro, o jarro não precisa ser físico. Quando nosso amigo nos falou sobre a técnica do jarro, aliás, a primeira coisa que me veio em mente foi a técnica de journaling. Escrever uma nota no celular, escrever em um arquivo de texto… novamente, tanto o celular quanto o arquivo são apenas os meios. E o jarro, sendo uma metáfora, deve ser pra nós aquilo que seja mais fácil de encher com fatos e momentos positivos.
Segundo, juntamente com aquilo que se escreve para colocar no jarro, qualquer que seja ele, é muito interessante citar nomes de pessoas e associar datas e ocasiões. Mais tarde, quando estivermos relendo aqueles pedacinhos de felicidade e gratidão, certamente nos lembraremos da época associada e isso poderá nos trazer um melhor contexto e, quem sabe, até mesmo novas lembranças para o nosso eu futuro, que serão igualmente depositadas no jarro.