Carnaval? Não, obrigado!
Eu sou assim: me digam onde está acontecendo uma daquelas folias de Carnaval, que eu vou imediatamente começar a rumar na direção contrária. Não gosto, nem nunca gostei de muvuca. Então é natural que na hora em que as pessoas pegam o caminho do salão de festas, eu fique na minha.
Que eu me lembre, mesmo quando criança, nunca consegui ver a graça do Carnaval. Eu cheguei a ir a algumas matinês, levado ao clube pelos meus pais — lembro até mesmo de uma fantasia do Homem Aranha que usei. Mas ficar no salão ouvindo marchinha e jogando confete e serpentina pra cima simplesmente não me despertava a emoção que tanta gente parece sentir.
Não me leve à mal, Carnaval. Não é você, provavelmente sou eu mesmo.
Pegar fila em estrada lotada, onde o trânsito para? Enfrentar falta d’água, falta de energia, fila do pão, fila do mercado, crise pra estacionar? Hmmm, não. Eu passo, muito obrigado.
Ficar assistindo desfile pela televisão? Escola de samba após escola de samba? Samba enredo um depois do outro? Ouvir comentarista de desfile? Hmmm, não. Eu passo, muito obrigado.
Para mim há apenas um aspecto bom do Carnaval: já que o país inteiro para por cinco dias inteiros — considerando a quarta-feira de cinzas, e eu paro junto, aproveito a folga do Carnaval.
Nessa folga, faço tudo o que tenho direito, pinto e bordo do meu jeito.
Eu aproveito para recarregar minhas baterias, então durmo bastante. Aproveito para colocar meu consumo literário em dia — entre a sexta-feira passada e hoje, quando estou escrevendo esse texto, por exemplo, consegui terminar de ler dois livros inteiros no Kindle. E continuei um terceiro.
Aproveito para maratonar minhas séries. As do momento são The Last of Us e Spy x Family. Vários episódios assistidos e tempo de tela muito melhor aproveitado por nós aqui em casa do que se estivéssemos “olhando a Beija Flor aí, gente”!
Aproveito para pensar. Me organizar. Me renovar. Aproveito cada minuto a meu favor, da melhor maneira possível. E se você é da bagunça, da folia, da farra… do Carnaval no sentido mais popular e convencional, está tudo bem. Porque se há uma coisa verdadeira sobre essa festa popular é que ela é democrática pra caramba, então tem para todos os gostos.
Aproveita daí, que eu aproveito daqui 😊