Havia uma história sobre uma águia e um lagarto de cauda azul, na qual a águia, atacando o lagarto, mergulha e arranca sua cauda.

O lagarto, ferido e em busca de vingança, escala até onde está o ninho da águia e devora vários dos ovos que ali estão, pensando, “Estes ovos têm a quantidade exata de carne para me fazer crescer uma cauda nova”.

E assim, águia e lagarto continuam. Ela, mergulhando em seu ataque, para arrancar uma nova cauda do lagarto, o lagarto escalando ao ninho para comer mais ovos, repetidas e repetidas vezes, nenhum dos dois adversários realmente chegando a ser vencido, pois sempre haveria “carne suficiente na cauda para fazer mais ovos, e carne suficiente nos ovos para fazer crescer uma nova cauda azul.

Eis, então, a futilidade — e o círculo, sem fim e vicioso — que se encerra no ato da vingança.


Adaptado por mim a partir de trecho do livro Why fish don’t exist, de Lulu Miller.