“Ei, você acha que a mamãe quer que a gente saia do ninho?”

Acabei lendo uma notícia hoje, sobre o que se deve fazer com filhotes de passarinho que a gente encontra caídos no chão, que me remeteu à lembrar instantaneamente de uma experiência prática que tivemos com o assunto, aqui em casa, alguns anos atrás.

✱✱✱

Em março de 2016 eu cheguei em casa do trabalho e o meu filho veio me contar sobre um filhotinho de passarinho que ele tinha achado, caído na calçada, aqui na frente de casa. O bichinho parecia machucado, não me lembro agora se nos pés ou na asa, mas o fato é que a debilitação estava ali, e ele não conseguia voar.

Provavelmente o passarinho, um filhotinho de pomba — conforme fui informado posteriormente, pois até então para mim era um pardal —, devia ter caído do ninho. Meu filho, que sempre demonstrou gostar muito de animais, ajeitou o bichinho em uma caixa de sapato forrada com jornal na nossa área de serviço e tentou, até conseguir, dar água pra ele através de uma seringa. Ele também conseguiu dar migalhinhas de pão pro passarinho.

Enquanto estes cuidados paliativos aconteciam, a gente foi tentar identificar onde podíamos levar ele, porque não tinha como ficar com ele em casa. Depois de falar com alguns veterinários e de contar com a ajuda da minha irmã, identificamos que uma das universidades aqui da cidade possuía um CRAS — Centro de Reabilitação de Animais Silvestres. Assim, depois de passada a noite com o passarinho hospedado aqui em casa, fui até o local com meus dois filhos, com a missão de deixá-lo em mãos que pudessem fazer mais por ele do que nós. E foi lá que me informaram que ele devia ter caído do ninho onde estava, e que na verdade, ao contrário do que eu imaginava, era um filhotinho de pomba, e não um pardal.

O final da história foi feliz. Felizmente deixamos o bichinho com quem podia cuidar dele de uma forma mais apropriada. Depois dos cuidados que seriam prestados, fui informado, aliás, que o passarinho seria devolvido à natureza, que é o lugar dele, afinal. Gostei de fazer essa boa ação, e como tenho dó de bichinhos abandonados, me senti duplamente recompensado na situação, e todos ficaram felizes, incluindo meu filho.

✱✱✱

Curioso em saber se tínhamos feito a coisa certa, apesar do final feliz de anos atrás, li a notícia completa. E descobri que, sim, fizemos o que era esperado. Encaminhar bichinhos com lesões, como no caso do filhotinho, para um centro de recuperação. Temos muita sorte em ter uma instituição do gênero aqui na cidade. 😊